Um dos projetos mais desafiadores para um designer gráfico editorial é, sem dúvida, a criação de capas de livros para coleções ou séries. O desafio em cada coleção é estudar e definir o padrão visual. Criar os elementos que as capas terão em comum — e que serão fixos, se repetindo para o leitor compreender que os volumes fazem parte de uma mesma série. E determinar os elementos que serão variáveis em cada volume — para ficar claro para o leitor que não é o mesmo livro e sim volumes diferentes de uma mesma série.
Ficou claro que a palavra-chave para um projeto desses é padrão. E a maior dificuldade que os designers encontram em um projeto de série é mostrar às editoras a importância de termos também um padrão editorial para a coleção. Um padrão de conteúdo e de texto para as capas.
É algo extremamente simples: se temos um subtítulo e uma chamada na capa do primeiro volume da serie, o ideal é manter o padrão editorial e ter um subtítulo e uma chamada em todos os volumes da coleção. Outro exemplo: se temos um texto de 2 parágrafos curtos na quarta capa e uma citação, o ideal é que nos outros volumes a quantidade de texto na quarta capa seja mais ou menos equivalente.
Infelizmente, na prática, não é o que acontece. O conteúdo de cada volume vem sem padrão nenhum. E o leitor acaba perdendo aquela sensação de “familiaridade” que uma série deve causar. Este é mais um exemplo da falta de comunicação e diálogo entre os profissionais responsáveis pelo conteúdo dos livros e os profissionais responsáveis pela parte visual.